Catálogo PIC 2017: a pesquisa de iniciação científica e o compromisso social

Sabemos que a pesquisa no Brasil ainda está distante do ideal. E não só no sentido de quantidade de pesquisas, mas no que diz respeito a priorização, incentivo financeiro, aplicação social e infelizmente, apropriação, ou seja, sua leitura e utilização. Mas, com constância e educação, podemos mudar muita coisa dentro desse cenário, pelo menos fazendo a nossa parte. Quando se idealiza uma pesquisa cientifica, ao redigir as fases iniciais, há a necessidade de justificar tal projeto. Essa justificativa é dividida em teórico e prática, para a academia, para o autor e para a sociedade, ou seja, como os resultados originados desse esforço contribuirão para o bem social, seja em que esfera for. Ocorre que muitas vezes, esse trecho passa despercebido ou não é visto como importante, mas dentro de uma universidade a preocupação e reverberação social deve se fazer presente de fato. Ao orientar os acadêmicos, fomentar a participação em projetos de pesquisa acadêmica, o coordenador, o orientador também precisa ensinar que o texto precisa fazer sentido, precisa ser de interesse público, precisa ser lido por alguém. A realidade vivida é triste quando se pensa em quantas pesquisas ficam arquivadas juntando poeira digital nas prateleiras nos diversos anais eletrônicos. Contudo, essa realidade não deve se fazer presente quando se realiza investigação com paizão e nesse sentido, a edição de 2017 do Projeto de Iniciação Cientifica da UniFatecie tratou de temáticas relevantes para a sociedade local e nacional quando propôs discussão acerca da igualdade racial, do cuidado com o meio ambiente nos mais diversos âmbitos como descarte de resíduos, preocupação com o ser humano seja no decorrer da sua vida economicamente ativa, seja nos cuidados no período da melhor idade. Essa é uma tradução do compromisso social que as instituições de ensino superior devem apresentar e que os diversos cursos da UniFatecie trazem a tona apresentando resultados concretos. E antes disso, nos deixa particularmente satisfeitos o fato de surgirem alunos, jovens de todas as idades que entendem que podem fazer a diferença ao se preocuparem com o ambiente em que vivem, com as outras pessoas e com sua responsabilidade enquanto possível agente de transformação social. Convido a todos a fazer uso das iniciativas dos nossos alunos, nos seus resultados de investigação de bibliográfica a empírica e que para nós é motivo de grande orgulho, pois passam a fazer parte de um importante contexto histórico institucional.

Boa leitura!Prof. Dr. Victor Vinicius Biazon

Coordenador dos Projetos de Iniciação Científica (2014-2017)